quinta-feira, 16 de outubro de 2008


Perdoo-me pelas horas de espera, de noite, de dia, perdoo-me pelos telefonemas que nunca fizeste, pelas verdades que disseste tarde demais ou sem pensar antes de falar. Perdoo-me por não teres gostado o suficiente, por não teres respeitado, por teres passado por cima. Perdoo-me pelas frases feitas, pelas conversas forçadas, pelas horas perdidas.
Perdoo-me por não te teres lembrado, por me teres usado, por não me teres avisado. Perdoo-me pelas horas que falaste e só ouvi, por nunca quereres saber, por julgares pelo que vivi. Perdoo-me pela vergonha, por não me mostrares, por não chegar…
Perdoo-me por tudo o que chorei, pelas noites que fiquei sem dormir, pelas refeições que não comi. Perdoo-me por ter chorado ao telefone e nunca teres notado, por ter sentido e me teres abandonado.
Perdoo-me por me teres deixado marcas que ainda hoje tento curar, pelas pessoas que pelo caminho magoei. Perdoo-me por ter vivido só para ti, sentido só por ti e ter deixado de lado quem não devia. Perdoo-me pelo que mudaste, pelo o que disseste, por tudo o que fizeste.
Perdoo-me por conseguires dormir de noite, por teres seguido sem olhar para trás, por não teres respeitado e não me teres deixado em paz. Perdoo-me por achares que podes fazer o que queres, quando queres a quem queres.
Perdoo-me pela pessoa arrogante e sem sentimentos que ajudei a criar. Perdoo-me por ninguém saber, nem perceber tudo o quer se passou. Perdoo-me por aqueles que não sabem, não viram, nem querem saber.
Perdoo-me pelas decisões que tomei por ti, pelo que me sujeitei, por tudo o que me tornei. Perdoo-me pelo medo que me fizeste ter, por ainda hoje tremer quando penso no que passei. Perdoo-me pelas vezes que fui ter onde não devia, pelas palavras brutas e sem pensar.
Perdoo-me pelos sonhos que tive, que me criaste, que me iludiste e nunca soubeste admitir. Perdoo-me por ainda não conseguir ver o amor com os mesmos olhos, sem medo, sem desconfiança, sem esperar mentiras.
Perdoo-me pelo que faço os outros passar por achar que todos serão como tu. Perdoo-me porque ainda não me consigo entregar do mesmo modo, perdoo-me por me fazeres pensar que mereço pouco e posso me contentar com pouco.
Perdoo-me a mim…mas não te perdoo a ti.

1 comentário:

daniela disse...

este texto esta simplesmente extraordinario!!se foste tu que o escreveste, chapeau (como dizem os nossos colegas)!!!...
...beijoca grande amiga!perdoa-te sempre porque és bestial!!e nao te arrependas nunca de ter amado, amar intensamente é caracteriscica dos fortes...a ausencia de amor, essa, atribuimos aos fracos!
beijoca ENORME!